Casos de dengue aumentam cerca de 20% no Brasil em 2020
Só no primeiro mês deste ano, segundo o Ministério da Saúde, foram mais de 94 mil casos e 14 mortes confirmadas
Enquanto todos os holofotes estão voltados para o novo coronavírus, o número de vítimas de uma doença já bastante conhecida tem aumentado significativamente no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, até 1º de fevereiro de 2020, foram registrados 94.149 casos de degue no país. Até o momento, foram confirmados 14 óbitos — 2 no Acre, 1 em Minas Gerais, 2 em São Paulo, 3 no Paraná, 2 do Distrito Federal e 4 no Mato Grosso do Sul. A faixa etária acima de 60 anos concentra metade dos óbitos confirmados por dengue.
A região Centro-Oeste apresentou 105,75 casos/100 mil habitantes, em seguida vem as regiões Sul (85,36 casos/100 mil habitantes), Sudeste (46,56 casos/100 mil habitantes), Norte (28,68 casos/100 mil habitantes) e Nordeste (8,58 casos/100 mil habitantes). No entanto, os cenários mais preocupantes são dos estados do Acre, Mato Grosso do Sul e Paraná com incidência acima de 200 casos por 100 mil habitantes. No mesmo período de 2019, foram registrados 79.131 casos e 58 óbitos por dengue. Em todo o ano passado, foram 1.544.987 casos da doença e 782 mortes.
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AUMENTO PREVISTO
Nos primeiros dias de janeiro, o Ministério da Saúde já havia alertado sobre a possibilidade de um surto da doença em todos os estados do Nordeste, além de Espírito Santo e Rio de Janeiro. O motivo seria o aumento da circulação do sorotipo 2, um dos quatro sorotipos da dengue, contra o qual boa parte da população ainda não está imunizada. Em 2018, esse sorotipo começou a circular no Sudeste e Centro-Oeste, mas teve presença menor em outras regiões. “O sorotipo 2, que já é um tipo mais virulento que os outros, foi ganhando força conforme foi infectando novos pacientes nesses estados. Agora, ele está circulando por mais áreas”, disse Rodrigo Said, porta-voz do MS, em entrevista ao G1, na época. “Por isso, para 2020, é esperado aumento dos casos de dengue justamente nos estados que não foram tão afetados pelo sorotipo em 2019, como o Rio de Janeiro e Espírito Santo”, completou.
COMO PROTEGER SUA FAMÍLIA
As dicas abaixo são de Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto Emílio Ribas (SP):
• Para as crianças maiores de 2 anos, vale usar repelentes específicos, que protegem contra a dengue. A informação está disponível nos rótulos. “Mas não abuse. Como os produtos são fortes, é preciso ter cautela e seguir as orientações do pediatra”, diz o especialista.
• Ao usar repelente, não exagere na quantidade e não passe nas mãos e nem nas regiões com dobras, como atrás dos joelhos. Isso porque a criança pode se coçar e depois levar a mão à boca.
• Use telas nas janelas e mosquiteiros no berço, para impedir a passagem do mosquito. Lembre-se de usar o acessório também no carrinho, quando for passear com a criança.
• Se for usar calças compridas para proteger a pele das crianças, principalmente das menores, que ainda não podem usar repelente, prefira aquelas mais soltas e com tecidos naturais, como o algodão. Assim, seu filho fica protegido, sem sofrer com o calor.
• Prefira vestir a criança com roupas claras porque isso facilita a visualização e identificação do mosquito, caso ele se aproxime da criança